segunda-feira, 24 de setembro de 2007




















APRESENTAÇÃO

O trabalho apresentado a seguir, foi realizado por uma equipe de estudantes do ensino médio do Grupo Educacional Ideal - Belém/PA. A princípio, o objetivo era apenas apresentá-lo como requisito constituinte de nota. Mas ao desenvolvermos, o sentimento de solidariedade surgiu. Todos já ouvimos algo acerca do continente africano, certamente foram informações chocantes, ou no mínimo que nos fizeram parar um instante para refletir a respeito.

Fizemos uma abordagem geral sobre o tema. Espero sinceramente que não seja mais um mero "artigo triste". Ao ler, tente imaginar o dia-a-dia dessas pessoas que vivem como animais, mas são como nós... seres humanos.
Kamilla Quadros Carvalho


Trabalho apresentado a disciplina de redação, sobre a coordenação e orientação do professor Celso Flexa.

EQUIPE:
  • ADRIANA SOBREIRA
  • ALEX MELÉM
  • JANAINA QUADROS
  • KAMILLA CARVALHO
  • LORENA ALMEIDA
  • RAFAEL BRANCO
  • INTRODUÇÃO

    A maioria dos países da África Subsaariana está na categoria de países com Renda Nacional Bruta (RNB) inferior a US$ 765 per capita por ano. Mesmo países com renda média possuem boa parte de sua população vivendo na pobreza. No norte da África, as condições são um pouco melhores do que ao sul do Saara. Lá estão as economias mais estáveis, comércio e turismo são relativamente altos e há uma menor incidência de Aids.
    A África recebe cerca de um terço do total de ajuda dada por governos em todo o mundo, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Boa parte da ajuda vem com condições, ou seja, os governos que a recebem têm que implementar determinadas políticas para recebê-la ou gastar os recursos comprando bens e serviços do país doador. O Banco Mundial alega que a ajuda é muito mais eficaz e menos vulnerável à corrupção quando atrelada à melhoria da forma de governar. Houve uma redução drástica nos gastos dos países ricos em ajuda no final da década de 90.
    O continente é rico em recursos naturais como minérios, madeira e petróleo, mas o comércio com o resto do mundo costuma ser difícil. Entre as causas estão infraestrutura precária, instabilidade governamental, o impacto da Aids na população em idade economicamente ativa e a corrupção. Segundo a Transparência Internacional, oito dos 20 países onde há maior corrupção são africanos e o país na África Subsaariana onde o problema é menos grave é a África do Sul, em 44ª lugar no ranking. Países mais pobres e ONGs como a Oxfam também alegam que as regras de comércio internacional são injustas.
    De acordo com os americanos, os africanos em geral são membros não-civilizados de tribos. E de fato isso não foge muito da realidade. A África é o local ideal para a proliferação de doenças e instalação de cortiços, tráfico de diamantes, crime e fezes. Em muitos países africanos fica evidente o grande fosso da miséria humana.
    Kamilla Carvalho

    ONG's

    O continente africano pode ser o berço da humanidade, e pode também ser seu acaso. Os números assustam. A metade da população do continente, cerca de 300 milhões de pessoas, vive em pobreza absoluta. As vítimas do HIV/AIDS já são aproximadamente 25,4 milhões na África Subsaariana, sendo que 13,3 milhões são mulheres.
    Sabendo disso, várias organizações não governamentais, ONG’S, ofertam subsídios à África na resolução de seus problemas sociais, como a desnutrição, a miséria e na luta contra doenças. Como exemplos dessas organizações, temos: Africare, DATA, PLAN, ACTION AGAINST HUNGER, CARE, dentre outros. Todas essas dependem da ajuda de pessoas e empresas para a arrecadação da renda necessária, que ocorre por meio de campanhas com o escopo de arrecadar verbas, gêneros alimentícios ou algumas vezes roupas, sendo as mesmas usadas ou não.
    Além das ONG’s, a ONU, Organização das Nações Unidas, tem auxiliado a África na resolução de seus problemas por meio de ajuda financeira e missões de paz. A crise africana choca a comunidade internacional há décadas e diversos planos econômicos de auxílio externo foram elaborados nesse meio tempo, visando melhorar as condições sociais da população.
    Alex Melém

    O GOVERNO E A ECONOMIA

    O continente africano é um verdadeiro paradoxo, pois apesar de ter muitas riquezas para serem exploradas, é um país pobre, suas condições são péssimas pelo quanto produzem. O governo não é nem um pouco “sensível”.
    Já foram registrados muitos conflitos de caráter político, pode-se dizer que a maioria dos países possui governos democraticamente eleitos, mas há exceções como a Somália que nem se quer tem um estado organizado, o Saara Ocidental que é ocupado por Marrocos. As eleições freqüentemente são consideradas sujas por fraude, ainda existem situações em que o presidente ou o partido está no poder há dezenas de anos, como a Líbia e o Zimbábue.
    Em geral, os governos africanos são presidencialistas, com as exceções de três monarquias, que são Lesoto, Marrocos e Suazilândia, e os citados anteriormente.
    Essa desorganização do governo, influência na economia do continente, apesar de: produzir metade da produção de cacau, mandioca, cravo e pita; um-terço da produção de urânio; 20% das reservas de cobre; 90% do cobalto; três-quartos do ouro; ter a maior reserva de titânio; produzir quase todo os diamantes; e ter Libéria, Gana e Nigéria como os maiores exportadores de madeira de lei.
    Boa parte da riqueza mineral é explorada pelas multinacionais, e parte da industrialização é localizada no sul do continente.Ou seja, é um país rico de minerais, mas que pela falta de organização é explorado por outros países e acaba ficando na miséria, sendo considerado um país abaixo da linha de pobreza com menos de um dólar por dia, com dois-treços dos portadores de HIV, e participa de apenas 2% das transações comerciais do mundo. Isso é inaceitável, um país gigantesco, com riquezas, ser tão pobre e desestruturado.
    Lorena Almeida

    A QUESTÃO DA TERRA

    Na África, a terra é hoje não apenas uma das mais definidoras questões políticas e desenvolvimentistas, mas talvez a mais intratável. A persistente concentração fundiária baseada na segregação racial só será resolvida por uma reestruturação total do programa de reforma agrária ou por uma transformação radical nas relações de propriedade pelo próprio povo. Os rumos do continente dependem, em larga escala, da imediata e urgente resposta do governo às necessidades e demandas de 19 milhões de pobres e sem terra.
    Nos últimos anos, há indícios perturbadores das intenções do governo a esse respeito: o estreitamento do programa de redistribuição de terras, carro-chefe para reverter a estrutura distorcida herdada do apartheid; a promoção de uma elite comercial rural negra, em detrimento da grande população de trabalhadores sem terra; a atitude laissez-faire face às crescentes reivindicações da sociedade civil para resolver a crise agrária no país.
    A reforma agrária é essencial, não apenas em termos de uma reparação histórica aos séculos de dominação colonial, mas também para o processo de construção democrática da nação africana. Somente a reforma agrária pode modificar as relações sociais e econômicas nas áreas rurais; um ponto central na luta democrática-nacional para transformar as formações coloniais de classe, que combinam desenvolvimento capitalista com opressão social.
    Rafael Branco